Shutdown nos EUA: entenda a paralisação do governo e suas consequências globais
- fluxolivresa
- 1 de out.
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Os Estados Unidos entraram em shutdown nesta quarta-feira (1º). É a segunda vez que o presidente Donald Trump enfrenta esse cenário. Um shutdown (ou “paralisação do governo”) ocorre quando o Congresso e a Casa Branca não conseguem aprovar o orçamento federal a tempo. O “ano fiscal” dos EUA começa em 1º de outubro. Sem essa aprovação, não há autorização legal para que o governo federal continue a gastar recursos, o que leva à suspensão de várias atividades públicas consideradas não essenciais. Diferentemente de alguns sistemas parlamentares em que um impasse orçamentário pode derrubar o governo, nos EUA isso acarreta uma paralisação parcial ou total das funções federais, dependendo da gravidade do impasse. Durante um shutdown, nem tudo fecha. A lei americana prevê que serviços “essenciais” continuem operando, mesmo sem pagamento imediato, enquanto outros são suspensos. Além disso, trabalhadores federais considerados “não essenciais” são colocados em licença provisória (furlough) sem salário até a resolução do impasse. Estima-se que cerca de 750 mil servidores federais sejam afastados temporariamente sem pagamento. Em casos anteriores, após o fim do shutdown esses servidores receberam o pagamento retroativo, mas isso depende de quando e como o impasse é resolvido. Nesse caso, há outra ameaça: não apenas furloughs temporários, mas cortes permanentes de pessoal têm sido ventilados pela administração como política de “eficiência”. Durante o shutdown, dados oficiais como o relatório de emprego (nonfarm payroll) podem ser suspensos ou adiados. Isso dificulta o trabalho de analistas, investidores e do Federal Reserve na avaliação da economia. Freio ao crescimento econômico
Economistas projetam que um shutdown prolongado pode cortar entre 0,1% e 0,2% na taxa de crescimento por semana. Em ocasiões anteriores, como o shutdown de 2018–2019 (que durou 35 dias), o impacto acumulado chegou a US$ 11 bilhões em perda de produção econômica. A crise política que leva ao shutdown tende a abalar a confiança dos investidores. Quanto mais prolongada for a paralisação, maior o risco de contaminação de mercados internacionais, especialmente se houver repercussão para cadeias globais ou para o dólar, principal moeda de reserva. O que é afetado e o que não é
Continuam em funcionamento (mas com risco):
Defesa, segurança nacional e operações militares;
Controle de fronteiras, prisões, serviços de emergência médica;
Fiscalização aérea e controle de tráfego aéreo
Podem ser suspensos ou atrasados:
Emissão de passaportes e vistos; Inspeções sanitárias e de alimentos;
Programas sociais (dependendo da estrutura);
Atividades em parques nacionais e museus públicos O que torna esse shutdown diferente?
Ambição por cortes permanentes: a possibilidade de desligamentos definitivos, não apenas suspensões temporárias, eleva a tensão;
Polarização política mais aguçada: a disputa entre democratas e republicanos, especialmente em torno da saúde, é mais radical;
Sem prazo definido para solução: diferentemente de casos anteriores em que uma extensão temporária era negociada, agora pode não haver consenso nem calendário definido.
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