Eletronuclear em colapso: estatal pede R$ 1,4 bi ao governo para evitar paralisação das usinas de Angra
- fluxolivresa
- 27 de out.
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Há temor de que falta de verbas cause a paralisação das atividades já em novembro

A Eletronuclear enfrenta uma das piores crises de sua história. Sem caixa para fechar 2025, a estatal responsável pelas usinas Angra 1 e Angra 2 pediu ao governo federal um aporte emergencial de R$ 1,4 bilhão para evitar o colapso de suas operações já em novembro. O pedido foi encaminhado à ENBPar, empresa pública que controla a estatal após a privatização da Eletrobras (agora Axia Energia). O documento enviado ao Ministério de Minas e Energia alerta para risco de “colapso operacional e financeiro” caso o socorro não seja aprovado a tempo. A falta de recursos compromete pagamentos de fornecedores, dívidas com bancos e despesas de manutenção das usinas, além do pesado custo de Angra 3, que consome cerca de R$ 1 bilhão por ano mesmo sem gerar energia.
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A situação crítica reflete problemas estruturais acumulados. As receitas de Angra 1 e 2 já não cobrem os custos crescentes, e o futuro de Angra 3 continua indefinido: o BNDES estima que a conclusão da obra exigiria R$ 23 bilhões, enquanto o abandono custaria R$ 21 bilhões aos cofres públicos. Além do caixa negativo, pesa sobre a empresa o redesenho de seu controle societário. A antiga participação da Eletrobras está em processo de venda para a Âmbar Energia, do grupo J&F, o que deixa a Eletronuclear em um limbo administrativo: dependente do Tesouro, mas sem o suporte financeiro das grandes estatais. Caso o aporte não seja aprovado até novembro, especialistas alertam que a estatal pode entrar em inadimplência e comprometer o abastecimento energético nacional, já que Angra 1 e 2 respondem por cerca de 3 % da matriz elétrica brasileira.
Reação do governo
O governo avalia condicionar o repasse à apresentação de um plano de sustentabilidade e à definição do futuro de Angra 3. Sem isso, o cenário mais provável é o de novos atrasos, aumento de custos e repasse da conta ao consumidor a partir de 2026.






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